Ser presença solidária é sinal profético no mundo atual!

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Nesse momento que vivemos, precisamos “reconhecer aquela presença de solidariedade onde a vida clama”. A pandemia atinge a todos: tem muitos rostos, está tirando vidas e oportunidades de muitos homens e mulheres. Uma realidade que retira da mesa o alimento, diminui as oportunidades de emprego, sobrecarrega o sistema de saúde tradicionalmente sem investimentos, minora a oferta educativa também deficiente. Soma-se a esta realidade o grande fluxo migratório, que está dando forma a um novo rosto da sociedade e o mal da corrupção, que leva ao esbanjamento para o bem privado do que deveria ser o bem público.

São fortes apelos a solidariedade profética, capazes de nos fazer desinstalar, sair do comodismo e nos colocar no lugar do outro, tentar sentir a dor do outro.  Não podemos ficar indiferentes, nem paralisados perante esta realidade da vida que nos rodeia. Precisamos ter a coragem de transformar as dificuldades em possibilidades onde estamos inseridos e de acordo com os anseios dos mais pobres. Cabe a nós dar testemunho de esperança perante a adversidade, construindo assim a cultura do Esperançar: atitude essa que nos desinstala.

Portanto, se faz necessário assumir os valores do Evangelho, abraçar a situação dos pobres e excluídos, cada vez mais numerosos, empenhando-nos na formação de uma consciência crítica e de responsabilidade social. É tempo de gerar utopia, de aproveitar as oportunidades para gerar redes que ajudem a cuidar da vida, da terra e das culturas.

Como dizia Ir. Telma Lage, in memoriam, “Quando a gente abre a porta do coração, sempre vai ter um caminho!” Tenhamos coragem de abrir as portas do coração e o caminho se tornará caminhada.

Irmã Josiane Horta, RMNSD