Em 28 de agosto de 1913…

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No dia 27, à tarde, avistamos ao longe as montanhas do Brasil.  O sacerdote convidou-nos para um lanche de despedida.

Ao anoitecer, pela primeira vez, reunimos no tombadilho. O Padre Reynard nos fez uma linda conferência, tomando como texto esta máxima do Evangelho “De que serve ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a alma?”

A noite era esplêndida… sentimentos os mais contrários dominavam alma: entusiasmo e abatimento. Alegria e apreensão. Temores e esperanças… Numerosas estrelas cintilavam no céu sem nuvens… Magnífico luar prateava as ondas, e o navio, havendo diminuído a velocidade, penetrava, majestoso, nas águas da imensa Guanabara…

Dormir pouco…

Às 5 horas, entrávamos na Baia. Uma hora depois, ao hastear a bandeira, após a saudação de estilo, a banda militar de bordo tocou o Hino Nacional Brasileiro… logo em seguida a Marselhesa.

O vapor continuava a deslizar entre as Ilhas encantadoras. O sol brilhava triunfalmente e em toda a sua magnificência… Deslumbrante Panorama se nos descortina à vista. No Alto do mastro, ondulava a bandeira tricolor…

Havíamos aportado à Terra de Santa Cruz! Salve Brasil! E glória, nas Alturas, ao Deus Onipotente!

MAGNIFICAT!

Vinte e oito de agosto de 1913…

As Madres acham-se na Terra de Santa Cruz… Logo à chegada, constatam que este nome lhe convém perfeitamente.

Nossas Viajantes desembarcaram no cais Pharoux e encaminharam se à Igreja São José onde assistiram a primeira missa em Terra Brasileira, e, como já o dissemos por um equívoco do sacristão no altar de Nossa Senhora das Dores.

“Sereis, doravante, as RELIGIOSAS MISSIONÁRIAS DE NOSSA SENHORA DAS DORES”.

Traços biográficos de Madre Maria de Jesus. Congregação das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores, Rio de Janeiro, p. 83-86, 1966.