Caminhar sob o olhar da paz

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Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021

“ De fato, ele é a nossa paz: de dois povos fez um só, em sua carne derrubando o muro da inimizade que os separava. ” (Efésios 2,14)

A presença de Jesus é o sentido da paz, verdade, justiça, comunhão que une e forma todos aqueles que conhecem a verdade. Reconhecer Jesus é refazer o caminho da vida e promover a paz com atitude e verdade. É ser conduzido com o coração a arder, e o apontamento da virtude da simplicidade como elo à paz, assim relacionamos o contexto da campanha da fraternidade ecumênica à realidade transmitida pela serva e educadora, Madre Maria de Jesus, fundadora da Congregação das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores nos interpela que a simplicidade nos direciona a paz. Uma tomada de postura pessoal e com abrangência a coletividade,
“A simplicidade é o segredo da paz” (Madre Maria de Jesus)

O caminho da paz perpassa por uma condução pacífica entre todos. Elencar novos espaços de diálogo é favorecer a cultura do encontro a favor da paz.

A Campanha da Fraternidade 2021 é um aceno a cultura pela paz. Dialogar será sempre o melhor caminho. O tema escolhido foi “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Efésios 2,14). Refletindo sobre o caminho pela construção da paz sob à luz do texto-base da CFE 2021, apresenta que Jesus Cristo em nenhum momento instruiu seus discípulos a hostilidades, perseguições, encalços. Jesus sensibiliza e coloca se a caminho e mobiliza os discípulos para que promovam a paz através do diálogo entre a diversidade de opiniões e atitudes, com o propósito de edificar novos vínculos humanos e sociais.

Delinear um caminho de paz em uma sociedade que impulsiona o desencontro e o não reconhecimento de valores essenciais é tratar com atitude, fortalecer forças contra uma maré de violência e descaso social em todos âmbitos da sociedade.

 

Bem-aventurados os que promovem a paz porque serão chamados filho de Deus. ”
(Mateus 5,9)

Somos todos chamados a vivenciar a paz e bem-aventurados em deixar nos se conduzidos pelo Mestre.

Basta os muros sociais que a todo momento são erguidos entre as culturas, nas respectivas crenças, rituais e costumes. O movimento contrário a toda forma etnocêntrica, esguia, em diferentes culturas religiosas.

A permanência das hostilidades nas diferentes culturas na atualidade é observada que a falta uma confluência entre a oportunidade do diálogo e a o debate a favor da vida e a paz.

Quais os muros que atualmente impedem as denominações religiosas a vivenciarem a paz na diversidade de opiniões e ações?

As escolhas pessoais, o descarte de ações coerentes com as realidades de violência e banalização da vida ecoam em nossas comunidades e na sociedade no geral. É fundamental a troca de saberes e não o fortalecimento de embates devido a discórdias e antagonismos, apenas remancha e engessa as atitudes pela paz na ação das religiões para o bem comum.

Precisamos ser pontes e não muros, essa analogia frequente nos discursos religiosos e sociais recebem amplitude e permite a todos buscarem o verdadeiro significado da vivência pela paz.

 

A paz não é apenas um estado de espírito

Portanto, a proposta da CFE 2021 demanda o olhar as luzes e sombras da sociedade para a vivência e a correlação entre as escolhas de todos, diante dos reflexos das conquistas provenientes do encontro e o acolhimento da paz entre as religiões. Da mesma forma todas as mazelas sociais que atingem a sociedade na simbologia de muros sociais.

Devemos refazer sempre a indagação: de que maneira verdadeiramente podemos ser instrumento de conscientização e defesa por direitos pelas periferias e grupos minoritários, dizer não as diferentes violências, promoção, conciliação entre discurso, ação no âmbito da formação humanística e pela paz. A paz, foco e axioma de nossa reflexão.

Contudo, a paz não é apenas um estado de espírito, mas são ações de condutas pela paz que as potencializem através de estratégias como encontro com a cultura, o respeito e o diálogo.

Por fim, a CFE 2021 é caminhar e arquitetar sob o viés da paz, o entendimento e a compreensão que podemos coexistir nas diferenças e crescer mutuamente na sociedade.

Wender de Alvarenga Gualberto
Professor de Ensino Religioso e Pastoralista do Colégio Nossa Senhora das Dores – REDENSD– Itabira/MG

 

Referências
BÍBLIA Sagrada. Edição CNBB. Carta aos Efésios. Tradução CNBB. São Paulo, ed. Canção Nova, 2021.
CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/ Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021; Texto Base. Brasília: Edições CNBB, 2020.